Poesia com manteiga
maria da graça almeida
Prometeu-me ambrosias,
Literata, a cozinheira,
pelo gosto da estréia,
cheguei presta e faceira.
Só vi versos com geléia
e poesia com manteiga,
certas rimas lambuzadas,
emborcadas sobre a teiga.
Pus-me tonta e enjoada
da poesia e da manteiga.
No almoço, em contraponto,
terei letras de grandeza.
Um gostoso miniconto
será minha sobremesa.
Torço pra que Literata
desta vez não erre a mão
ou provarei pela errata
o sabor da indigestão.
maria da graça almeida
todos os direitos reservados |